DOS JORNAIS DE HOJE: As capas de Folha e O Globo mantêm como grande destaque o julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro na 2ª Turma do STF. O Estadão destaca o número de óbitos causados pela Covid-19 nas últimas 24h no Brasil - O país ultrapassou os EUA em média de mortes diárias. O Valor Econômico, por sua vez, trata do imbróglio entre construtoras e o governo de Minas Gerais.
O noticiário político segue concentrado no novo cenário criado a partir da mudança na condição do ex-presidente Lula. Os jornais publicam muitos artigos que ainda fazem análises superficiais sobre o "quadro eleitoral" do ano que vem. Fato é que são raríssimos os textos que tratam Lula como inocente. A maior parte fala do ex-presidente como "elegível". Por outro lado, os editoriais de O Globo e do Estadão anunciam que a "guerra de narrativa" contra o ex-presidente Lula vai continuar nesses dois veículos. Os textos dizem que Lula é culpado independente do que diz o Supremo Tribunal Federal. Estes posicionamentos dão o tom do tipo de campanha que Lula irá enfrentar daqui para frente. Ao mesmo tempo, os editoriais e outros artigos que seguem essa linha, bem como o conteúdo de reportagens que ignoram a inocência de Lula, apontam para a necessidade de um questionamento mais qualificado e complexo da qualidade da produção jornalística pelos grandes veículos de imprensa brasileiros. Nesse sentido, vale a leitura do artigo publicado pelo editor executivo do Valor Econômico. O jornalista fala um pouco sobre a ética jornalística perante os vazamentos ilegais de informações de processos.
Paralelamente, o jornais continuam a mostrar o colapso da saúde no Brasil e o avanço do caos diante da inoperância de Jair Bolsonaro e seu governo. Assim como observado ontem, reportagens mostram que grupos econômicos querem se afastar de Jair Bolsonaro. De acordo com a Folha, "atores do mercado" decidiram adiar o "divórcio" por causa da recuperação dos direitos político de Lula que seria visto como uma ameaça aos interesses liberais e ao controle fiscal. No entanto, a mesma Folha mostra na coluna "Toda Mídia" que especialistas estrangeiros se surpreenderam com a reação negativa do mercado porque o primeiro governo Lula teve mais rigor fiscal do que a administração de FHC. Além disso, volta às páginas dos jornais a narrativa de que Bolsonaro e Lula são os extremos e que o centro (formado por figuras que eram de direita até outro dia) precisa se organizar.